pecado

O pecado que tão de perto nos rodeia. Já tem uma solução: a sujeição total ao Senhor através da mortificação da nossa carne. Terminei o livro sobre isso, do John Owen hoje e gostaria de postar uns conselhos práticos que são passados para aqueles que realmente desejam esta mortificação. Isso só será realmente possível através da atuação do Espírito Santo:

“Em resumo, tudo o que descrevi como sendo o nosso dever é efetuado, executado e cumprido pelo poder do Espírito, em todas as partes e níveis. Conforme segue:

1– Somente ele convence, de modo claro e pleno, o coração da iniquidade, da culpa e do perigo da corrupção, da concupsiência ou do pecado a ser mortificado. Sem essa convicção ou enquanto ela estiver tão fraca que o coração consiga resistir a ela ou absorvê-la, nenhuma obra eficaz será feita. Um coração incrédulo (como todos nós temos, em parte) rejeitará qualquer consideração até ser dominado por convicções claras e evidentes. Essa obra é exclusiva do Espírito Santo: é ele quem convence do pecado (Jo 16.8). Somente ele pode fazê-lo. Se as considerações racionais dos homens, com a pregação da letra, tivessem a capacidade de convencê-los do pecado, talvez víssemos mais pessoas convictas do que vemos agora. Pela pregação da Palavra, vem uma compreensão no entendimento dos homens de que são pecadores, que tais e tais coisas são pecados, que são culpados… No entanto, essa luz não é poderosa nem afeta os princípios práticos da alma a ponto de conformar com eles a mente e a vontade de produzir efeitos apropriados a essa compreensão. Por isso, homens sábios e cheios de conhecimento, porém destituídos do Espírito, não acreditam que as ações e as atitudes que impliquem concupsiência sejam de fato pecado. Apenas o Espírito pode realizar, e realiza mesmo, uma obra com esse propósito. É a primeira coisa que o Espírito faz a fim de levar à mortificação toda e qualquer conscupsiência: ele convence a alma de sua iniquidade, repudia todas as desculpas, desmascara suas fraudes, acaba com suas evasões, responde a seus fingimentos, leva a alma a confessar sua abominação e a submeter-se a esse reconhecimento. Sem fazer isso, tudo o que segue é em vão.

2– Somente o Espírito revela a plenitude de Cristo para nosso alívio, consideração que impede o coração de entrar em caminhos errados e em desânimo desesperador (2Co 12.8,9).

3– Somente o Espírito coloca o coração na expectativa do alívio por parte de Cristo, o grande e soberano meio de mortificação, conforme já visto (2Co 1.21,22)

4– Somente o Espírito introduz a cruz de Cristo em nosso coração com o seu poder para matar o pecado pois pelo Espírito somos batizados na morte de Cristo. 

5– O Espírito é o autor e consumador de nossa santificação. Oferece novos suprimentos e influência da graça para a santificação, quando o princípio contráro é enfraquecido e abafado (Ef 3.16-18)

6– Em todas as orações que a alma dirige a Deus nessa condição, tem o apoio do Espírito. De onde vem o poder, a vida e o vigor da oração? De onde vem sua eficácia para prevalecer com Deus? Não provém do Espírito? Ele é o “Espírito de súplica” prometido aos que contemplarem aquele a quem transpassaram (Zc 12.10), que os capacita a orar com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). Este é o grande e reconhecido meio da fé para prevalecer com Deus. Assim Paulo lidou com a tentação, qualquer que fosse: “…roguei ao Senhor que o tirasse de mim” (2Co 12.8).

– Qual é a obra do Espírito na oração?

– De onde e como ela nos ajuda e nos leva a prevalecer?

– O que devemos fazer a fim de desfrutar sua ajuda?

_ Esse são temas que não tenho a intenção de examinar por ora… [mas reflita sobre eles]

Por John Owen _ comentários em ´[] = Carol! 

Deus abençoe!

uma alma

Hoje, especificamente hoje, estou começando a entender melhor o valor de uma alma. Aconteceu uma situação muito séria com uma amiga russa e foi muito curioso como me identifiquei com ela (a situação). Apesar de eu não sentir dor como deveria, quando vejo homens de Deus intercedendo por suas vidas-alvo, percebi que só a preocupação é um início. A vontade que eu tenha é de viver a minha vida em função da salvação desta alma, ainda que esse desejo não seja algo visceral. A dor de ver uma pessoa padecendo mas sem um lugar para fugir é imensa. Creio que as sementes estão sendo colocadas com todo o carinho nesta terra árida e sei que darão bons frutos a seu tempo. 

Aprendi algo com um filme que estava vendo com o pessoal no sábado e que também tem um pouco a ver com o que aconteceu hoje, sobre a questão da moral e Jesus. Como eu estava errada em querer evangelizar as pessoas (e principalmente esta amiga) através da minha boa moral e do meu comportamento: testemunho exemplar. Tudo bem que isso é um chamativo para as pessoas, passa confiança, respeito, amor, amizade e vários sentimentos bons, mas esquecemos sempre de dizer o autor dessa boa moral. E aí acaba ficando tudo muito no ar… Muito em cima de valores subjetivos do tipo: o que é bom para você pode não ser bom para mim… Estava errada e Deus é tão bom que sempre nos dá a oportunidade de acertar!!!! Isso é muito bom! Pelo menos essa questão da moral serviu para que eu colhesse frutos… Agora, deixa tudo com o Espírito!

– uma alma vale mais que o mundo inteiro e muito mais do que os meus problemas e as minhas crises russianas!

mortificação 1

“Existem dois males que certamente acompanham todo cristão professo, mas não mortificado: o primeiro relaciona-se com ele mesmo, e o outro diz respeito às outras pessoas.

1- Em relação a si mesmo

O cristão pode fingir quanto quiser e não levar a sério o pecado, pelo menos não os pecados que o enfraquecem diariamente. A raiz de uma vida não mortificada é a assimilação do pecado sem senti-lo amargo no coração. Quando alguém ajustou a imaginação para uma espécie de apreensão da graça e da misericórdia que o torna capaz de engolir e ingerir pecados diários sem sentir amargura , chegou à beira do abismo de transformar a graça de Deus em lascívia e de ser endurecido pela engenhosidade do pecado. Além disso, não existe no mundo maior prova de coração falso e impuro do que imaginar semelhante coisa. Usar, como desculpa para tolerar o pecado, o sangue de Cristo, dado para nos purificar (1Jo 1.7; Tt 2.14);  a exaltação de Cristo que visa levar-nos ao arrependimento (At 5.31); a doutrina da graça que nos ensina a negar toda a impiedade (Tt 1.11,12), é rebelião que nos esmagará os ossos. 

Por essa porta tem saído a maioria dos cristãos professos que cometeram apostasia nos dias que vivemos. Durante algum tempo, a maioria deles tinham convicções que os levavam a cumprir seus deveres e a fazer a profissão de fé. Assim, “tendo escapado das contaminações do mundo por meio do conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pe 2.20), mas após algum contato com a doutrina do evangelho e cansados de cumprir deveres paraos quais não possuíam graça, a permitir-se numerosas negligências. Uma vez que esse mal tomou posse deles, rapidamente caíram na perdição. 

2- Em relação às outras pessoas, há a influência maligna que opera de duas maneiras:

2.1 -Ficam endurecidas, tendo a convicção de que estão em condições tão boas quanto a dos melhores cristãos professos. Seu modo de ver as coisas é tão maculado pela falta da mortificação do pecado que o que fazem não tem valor algum. Têm zelo pelo evangelho, mas acompanhado de falta de tolerância e de retidão moral. Negam a prodigalidade (abundância), mas de modo mundano; separam-se do mundo, mas vivem totalmente para si mesmas e não têm cuidado de exercer o amor benigno na terra. Ou são espirituais no diálogo e vivem de maneira vã: mencionam a comunhão com Deus e se amoldam de todas as maneiras ao mundo; vangloriam-se do perdão do pecado e nunca perdoam o próximo. Assim, com considerações como essas, essas pobres criaturas endurecem seu coração não regenerado. 

2.2 – Enganam-se a si mesmas e chegam a acreditar que, se conseguem parecer estar vivendo à altura de sua suposta condição, tudo vai bem com elas. Assim se torna bem corriqueira a grande tentação de atribuir todas as lutas da vida à religião; mesmo quando vão muito além das exigências da fé, segundo lhes parece, ainda ficam muito aquém da vida terrena.”

– trecho tirado do livro: Mortificação do Pecado – John Owen